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(Arte: eu mesmo) |
Não sei se é de hoje ou se desde que me conheço como gente, mas de uma forma ou
de outra sempre senti um certo atrito e desconforto com a pressa e aquela
ansiedade de ir “adiante” nas coisas, vindo da Pressão Social ou mesmo das pessoas
que interagiram e interagem comigo, seja no âmbito familiar ou no mais íntimo
das minhas relações. Sei que algumas coisas são inevitáveis e se muitas vezes evitei-as foi por precaução ou medo, e que, sem dúvidas, posso ter me equivocado nessas interpretações.
A pressa, de uma maneira peculiar, nunca foi muito presente na minha vida, embora tenha sido imposta em algumas possíveis circunstâncias,
percebo que foram poucas as vezes que ela teve real relevância sobre minha
existência. Observando também meus relacionamentos afetivos, tantos os mais antigos
quanto os mais recentes, concluo que em alguns deles carreguei uma certa
insanidade e uma imagem fria na maneira de lidar com as expectativas de minhas tão importantes relacionadas. E confesso que esse meu modo de lidar com as coisas, de
lidar com a vida, exige um certo tato uma certa compreensão de quem convive comigo. Não que eu leve ao
pé da letra aquele velho ditado “A pressa é a inimiga da perfeição”, mas de
fato tenho a convicção de que nada que é feito realmente bem se for feito com grandes cargas de desespero, artificialidade, ansiedade ou mesmo banalidade. Arrisco ainda em
dizer que o que realmente nos encanta é o que fazemos com carinho e manuseio; com
tato e observação, no seu devido tempo e no seu devido momento. Talvez tenha percebido isso só
agora, mas que, enfim, seja o momento para amadurecer nesse sentido.
Embora tenha consciência de que a vida exige aptidão para encará-la, acredito que cada pessoa tem seu modo de lidar
com ela e, intrinsecamente, o seu tempo, assim como dependemos parcialmente do
outro para evoluímos e nos tornarmos melhores a cada dia.
Que o meu aprendizado e o meu amadurecimento eleve tanto
a mim quanto aos que estão comigo, seja na leitura, seja na reflexão, seja nos bares, seja por perto, seja longe
ou em qualquer lugar do mundo. Que cada ser humano aprenda a respeitar o tempo
de cada um, sem agressões, sem ofensas, sem pressões e sem cruéis alucinantes julgamentos.