segunda-feira, 30 de março de 2015

Changeless

(Arte: minha)

Try to know me, but do not understand me, nor change.

Explore people, but do not try to make it his own image.

Be yourself a god, but not God of others.

Be happy and healthy in their way.

Olho no Olho

(Arte: I Origins Poster)
Pouco sei sobre os olhares imersos
Mas muito observo esses olhares dispersos

Sem que expressemos palavras, dizemos algo, um ao outro
Sem que raciocinemos, criamos possibilidades, um com o outro

Acidentalmente, nos prendemos a este momento
Inevitavelmente, quebramos o espaço tempo

Nossos olhares falam por nós
Nossas mentiras não possuem mais voz

O medo deixa de nos findar
Aquilo que já sabemos pelo globo ocular

Morrer Todos Os Dias

(Arte: Wojciech Kazimierz Siudmak)

Existem algumas coisas que pertencem tão naturalmente a nós, mas que ao invés de aceitarmo-las, fugimos de suas compreensões e consequentemente construímos nossa filosofia de vida e nossas convicções através dessa fuga. A morte, a dor e o sofrimento são características naturais da nossa vida. Instintivamente, é natural tememos tudo isso, pois de fato nossa vida é sustentada por tentarmos sobreviver com constância. Nosso sofrimento, na maioria das vezes é baseado em medo do passado ou do futuro - medo de acontecer algo passado novamente, no futuro, ou simplesmente temer o que está por vir. Em suma, não há motivo racional para se temer as coisas que não são reais neste momento, embora de fato possam acontecer. Não há porque temer a morte, pois de fato a qualquer momento podemos morrer. Não há porque sofrer com o passado, pois ele apenas faz parte da sua memória e não deste momento existente.

Infelizmente não aceitamos a dor, o sofrimento e a morte, e através disso construímos um modo de vida baseado em não aceitação do que é real e imutável pela nossa natureza. Se há interesse pela vida, então há necessidade de aceitarmos que precisamos sofrer, sentirmos dor e sofrimento até os últimos dias de nossas vidas. Mas que possamos, através dessa aceitação, transcendermos este estado com ações benéficas, tanto para nós, quanto para os outros. Existir, ao meu ver, não é carregar um corpo por aí, de qualquer jeito e de qualquer maneira: existir é fazer o que você gosta, nas suas condições e do seu modo.

Coloco aqui apenas um pensamento, e não uma imposição de ideias melhores ou superiores: se você é refém da dor, do sofrimento e do medo, você é refém de você mesmo!

sexta-feira, 20 de março de 2015

Altruísmo Insano

(Arte: Harry Clarky)
O altruísmo quase nunca é fiel ao seu princípio. Ele existe, mas é humanamente escasso. 
Na maioria das vezes estamos agindo (talvez inconscientemente) com a finalidade meritocrática, não com a intenção real de beneficiar algo ou alguém. Ou também podemos nos comportar por generosidade: tolerar um comportamento ou alguém que não se enquadra em nossas convicções. Em suma, acredito que a relação humana é sustentada por fazermos aquilo que gostamos e queremos (beneficamente) ao outro,  ao mesmo tempo tolerarmos o que não achamos necessário ou não queremos, mas que inevitavelmente é limitante. Indo mais baixo nessa reflexão, penso que há um desejo enorme em sermos recompensados simplesmente por sermos o que somos - nu e cru. 

E mais uma vez uso a palavra escasso, pois ser o que você é - nu e cru - é realmente uma dadiva humana.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Ler Sem Ler


Se você abre um livro pra ler, mas não está aberto a novas ideias e contradições, então você só vai ler coisas e colocar no seu "Currículo" Literário que leu aquele livro, nada mais que isso. E isso não implica que você acatou, se interessou, concordou ou refletiu sobre o que acabara de ler. Se você tem um conceito e um princípio absoluto, fechado e lacrado por suas convicções, tudo e qualquer novidade poderá não ser tão interessante. Basicamente será igual o processo digestivo do intestino: você vai cagar o que acabou de ler. A não ser que você desfrute, logico, do conhecimento que está diante de ti.

sábado, 14 de março de 2015

Ciclo Indesejado

(Arte: Adies Sketchbook)

Acho que todo ser humano deve compreender que o estado negativo é completamente necessário pro seu desfrutar diante da vida. Infelizmente somos colocados e condicionados a acreditarmos que o estado negativo é ruim e que você precisa sair dele o mais rápido possível. Não concordo com essa linha de pensamento, embora eu acredite que a vida é regida por um estado de harmonia com o todo - um estado positivo e realista - e ao mesmo tempo desequilibrado, é muito ilusório pensar que não há vida no estado negativo. Muito pelo contrário, há um mundo infinitamente rico no estado negativo. Contudo mantenho a concepção de que ele não deve ser uma busca, mas sim um estado de reflexão, e se possível aceito, e não desfigurado, ou renegado por si mesmo. Infelizmente construímos essa tendência intolerante de rejeitarmos os fatos e as coisas ruins que acontecem. Mas bom, cada ser humano tem seu devido estado e sua devida concepção do que é bom ou ruim, então cabe a cada um ter a sua compreensão e o seu desfrutar com ela. Venho aqui apenas colocar o meu ponto de vista sobre a minha perspectiva e a meu modo de existir. Tenho a consciência de que cada um deva buscar a sua melhor maneira de interação consigo mesmo e com a vida, embora também saiba o peso que minhas palavras exercem diante dessa realidade.
Uns preferem se guardar: guardar seus pensamentos, suas ideias, seus sentimentos, suas emoções; Outros preferem colocar tudo que vem de dentro, pra fora. Compartilhar seu mundo e sua dimensão interior com o mundo e a dimensão exterior. Em suma, acho que o que vale mesmo é você buscar o conhecimento e sabedoria por si só, por conta própria, mesmo que seus pais, seus familiares, a sociedade, a Tv, ou qualquer forma de expressão ou linguagem diga que aquilo é certo ou errado. Busquemos o que achemos desejável buscar, sem medo de julgamentos ou contradições. E se você não está preparado para ser julgado ou apontado como contraditório e equivocado, então se prepare: suas verdades podem ser reviradas de uma hora pra outra.

domingo, 8 de março de 2015

Negligência Automática

(Arte: Ully Flôres)

Por trás de toda negação
De toda rejeição
De todo desprezo
De toda apatia
De todo fingimento
De todo orgulho
De todo egoísmo
De toda hipocrisia
De todo ódio
De toda inveja
De toda ilusão
De todo medo
Existe a possibilidade de deixamos mais um de nós adoecer
E passar por essa vida sem ao menos se conhecer