sábado, 20 de maio de 2017

Um Com o Outro


A discordância de opinião e a distinção de ideias são fatores relevantes em uma relação, mas não são exatamente essas questões que complicam uma relação. De fato, a concordância entre os relacionados é importante para que exista algo sustentável, mas, um dos maiores problemas é a falta de manifestação objetiva sobre concordar e discordar, pois tendemos a engolir ou tentarmos tolerar coisas que não toleramos, afinal a tolerância em si é algo que existe em qualquer relação humana; tolerar é suportar algo que você não gosta no outro, mas aprende a conviver com aquilo; sem tolerância, não há relação!

Existe uma imaturidade enraizada quando esperamos que o outro se manifeste e que o outro também faça alguma coisa quando na verdade toda relação é dependente de um diálogo mútuo e sincero entre os relacionados.


Não importa com quem nos relacionemos, nem o tipo de relação que tenhamos: manifestar-se é intrinsecamente fundamental para o nosso desenvolvimento individual e para o possível amadurecimento de uma relação; É inerente ao autoconhecimento! Pouco adianta discordar, ter raiva e guardar rancor se para o outro não é manifestado. 


Considero fundamental o entendimento de nós mesmos; dos nossos pensamentos, das nossas emoções, das nossas vontades e dos nossos temores. Está longe  de ser necessário manifestarmos tudo que sentimos e pensamos, mas se desejamos ter relacionamentos intensos e prazerosos, precisamos entender a necessidade e a importância da nossa comunicação. No mais, existe sempre a possibilidade de nos orientamos ou de buscamos o devido auxílio. É ruim para qualquer pessoa sustentar achismos e opiniões que apenas rondam o mundo de ideias e subjetividade sobre o outro, quando na verdade ainda não se tem evidência de que aquilo é real ou verdadeiro.


Que possamos aprender um com o outro.

terça-feira, 21 de março de 2017

Imoral




Talvez por uma questão moral  devesse conter a mim mesmo e essa força que me impulsiona por dentro e por fora, todos os dias, todas as horas e me faz querer mais do que eu mesmo posso suportar. Mas no despertar do dia,  após uma dosagem de café, aguço minha percepção sobre a realidade e sinto que ela não deve ser espremida nem pelo passado, nem pelo futuro: ela deve ser exatamente como ela é! A força regente é a força de poder compartilhar cada momento com cada momento, presente em cada presente, observado em cada observação, sentido com cada sentido, o que só se pode experimentar apenas em uma fatia por vez; em uma fração milimétrica, em um registro momentâneo, em uma só vez, em uma só vida e talvez sendo necessária a serenidade. As pessoas que tocamos, os gestos que fazemos, os alhares que trocamos, as almas que deixamos; tudo está fragmentando em um só espaço, em uma só coisa, em um só momento.

Talvez por uma questão moral devo enfatizar que a impermanência não pode ser confundida com a liquidez e que a intensidade de cada momento é dependente de como nos entregamos, momento a momento, por nós mesmos e pelos outros, independente do porvir.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Ninguém Sabe



Ninguém sabe o que é ser você. Ninguém sabe o que é estar no mesmo ponto de observação que você. Ninguém sabe o que é estar no seu próprio corpo, sentindo as mesmas coisas que você. Do mesmo modo, ninguém possui o compromisso ou a obrigação de viver, agir e ser igual a você. Em nossas relações, conseguimos sentir e descobrir o que o outro sente, temos a possibilidade de auxiliarmos uns aos outros, mas nós não temos acesso ao que cada um vive, individualmente. Eis que a nossa comunicação é de suma importância para nos entendermos, uns aos outros, independente do que possa ir e vir. E Por mais complexo que seja para cada indivíduo, ao seu modo e ao seu sentido, se colocar na existência, não há como escaparmos da necessidade de interação humana, a não ser que façamos de nosso destino algo sem sentido e transformemos o desenvolvimento da nossa empatia em um destruidor duelo de egos.

Aflige


Por vezes é a nossa própria imaginação que nos aflige. Em grande parte são nossos achismos que nos fazem de reféns em nossos próprios pensamentos. E não são necessariamente as circunstâncias, a realidade; é o nosso terror em achar ou temer aquilo que ainda só existe na nossa cabeça, ou aquilo que não aconteceu. São nossas piores experiências que nos deixam sequelados, tensos e rigorosos com as próximas horas.
Cada vivente de sua própria experiência pessoal possui a possibilidade de compreender suas experiências, embora quase sempre só há como suportá-las ou superá-las no calor, na empatia e no acolhimento dos que estão em volta.

Na Mais Profunda Convicção


Existem tantos segredos e coisas escondidas dentro de cada um que o mundo ainda não sabe. Nosso mundo subjetivo permanece subjetivo enquanto o mundo das sensações não o conhece. Necessitamos materializarmos-nos diante dos nossos mais insanos pensamentos, embora exista a necessidade de compreendermos o quanto somos insanos. O muito que você quer pode ser pouco; o pouco que você quer pode ser muito. Diante deste viés, cada um dá o seu devido sentido a cada coisa e assim tentamos, juntos, nos emaranharmos por alguma razão existencial. Se tiver, tenha forças para sair de dentro pra fora diante do peso que a realidade exerce em seu corpo, porém não se esqueça de fazer por si mesmo aquilo que sua consciência - na mais profunda convicção - deseja.