(Arte: Mojo Wang) |
Embora tenha essa concepção de que não há separação de nada, também admito que o meu ser (individual e egoísta) muitas vezes deseja ser separado, deseja ser único, deseja ser atendido pelo mundo, deseja atenção exclusiva, deseja ser memorável, deseja ter tudo sem um mínimo esforço. Desejos e desejos, realizados ou desfigurados pelo medo, deseja constantemente, pois vive na constante busca do equilíbrio sobre o que é ser um ser e o que é simplesmente ser, mas que é inevitavelmente tomado pelo natural e tão humano medo. Creio que ninguém poderá me responder isso, talvez nem eu mesmo, mas só essa busca (ao meu ver interior) me torna uma pessoa apaixonada pela vida e disposta por tentar fazer o restante das outras vidas - o todo - melhor. E é isso que venho aprendendo nesses últimos anos: se o meu indivíduo na verdade é só um estado de consciência, por quê então agredir, por quê então odiar, por quê então desprezar, por quê destruir, por quê oprimir, por quê então separar e por quê então matar a mim mesmo?
Isso tudo é medinho.