domingo, 3 de março de 2013

Solitudine

Você observa, olha, reflete, conclui que há uma verdade te corroendo, mas que você não tem força o bastante para tirar suas dúvidas sobre ela.

Logo, de uma maneira quase que natural, anseia para algo ou alguém que apague-a; algo que consiga deletar e matar tal sufocante sensação. Você fuma, bebe; troca suas energias com os desconhecidos, perde a noção dos movimentos, das suas pernas, das atitudes; Entra num estado de completa fantasia. Tudo parece tão belo, tão bonito e verdadeiro. Você força o seu otimismo, mas ele logo reconhece que tudo aquilo não passa de uma mera ilusão...e o seu desespero continua consumindo tudo isso...todo esse álcool e cigarro, e os corpos dessas pessoas que você não conhece (mas que supõe amá-las).

Cansado de ser destruído, seu corpo clama por descanso e você resolve voltar pra casa. Ao chegar em seu quarto, se esborracha na cama e abaixa os olhos pra se sentir um pouco mais. Antes de cair no sono, começa a refletir sobre como foi o dia (o falso dia) e percebo que no final das contas a verdade continuou ali, mais cravada do que nunca, e você não fez praticamente nada para que isso mudasse.

Você dorme, cai num sono profundo, porém acorda no outro dia, com a vontade de não acordar; com o medo de sentir novamente ela: a verdade! Mas para ti, não há mais o que fazer: terá que conviver com ela; terá que transformá-la em uma doença.


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